segunda-feira, 11 de julho de 2011

Quando acordei...


Quero um dia saber chorar sem esconder os olhos por de trás dos óculos escuros. Quero chorar, um dia, sem medo de que me vejam...
Não houve tempo perdido. Essa tarde estive a recolher as fotos, os livros, as roupas de outa estação. Guardei na mala meu coração junto com as lembranças da cidade em ruinas... Respirei forte e afugentei-me no aperto que sinto, sinto-o o mais pesado possível, registrei cada espaço do quarto, cada um que ali passou e que ali deitou, cada riso, cada palavra, algumas lágrimas... Registrei os pedidos, aqueles aos quais disse sim, mas de que o futuro não lembrará...
Eu deixei alguns partirem, desliguei o telefone, sai da sala e escondi-me como sempre fiz. Fugi para outra cidade, tentei esquecer, mas não consegui, apenas vi o chegar pela estação: mochila nas costas e nada nas mãos...
As canções já não me consolam, sigo para o caminho sem volta, sem tentar desvia-lo. Perdi-me entre abraços que não posso ter... Meus olhos não veem as próprias lágrimas, estou escrevendo, por que não há outro rumo, outra sina...
E essas lágrimas que não corriam agora se desfazem no meu rosto... Eu não sei pra onde sigo, se espero ou corro...  Inspiração já não basta... Espero a noite para dormir na praça sem ninguém, sem nada além...
Hoje eu acordei decidida, mas não falei... Acordei com medo, mas não falei... Tive de sorrir com vontade de chorar. Não vou declarar a minha saudade, meu sentimento ou pedir abraços que não são meus... Eu espero chegar a tempo... 

Um comentário:

  1. As lágrimas que hoje derramamos e que tentamos esconder magoam-nos profundamente ao ponto de não nos deixarem sequer falar, no entanto, essas mesmas lágrimas serão o nosso grande conforto um dia mais tarde quando nos apercebermos que foi por causa delas que conseguimos sorrir e sobretudo crescer...

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