terça-feira, 5 de julho de 2011

Estou voltando...



Sentei no bar, pedi uma bebida e ali permaneci até a minha hora chegar. Vi aqueles homens que falavam outro idioma, subirem e descerem, preparando refeições, escutando árabes canções enquanto na TV reprisava o torneio de tênis...
Procurei em minha mente o livro que nunca escrevi, tentei remontar o final de semana na capital, tentei criar um final feliz, mesmo sabendo que os meus fins nunca chegam perto da felicidade...
... Felizes são as crianças na sua ingenuidade, na sua crença no colorido da vida, felizes são até o primeiro beliscão...
Eu que um dia dediquei-me, na minha inocência infantil, a escrever sonhos de amor, desfaço-me agora diante de dias preto e branco, minha cor é cinza... Eu não estou a lamentar. Canto depois de beber, eu bebo até morrer, mas sempre volto a viver... Depois de derramar meu sangue nas calçadas sujas, junto meus pedaços (eu mesma, ninguém precisa fazer isso por mim) e assim voo mais longe. Fortaleço-me na dor que me derruba e continuo a procurar flores brancas no asfalto, ando pelo gelo e viajo sem arrependimento. Volto para o meu lugar e ali permaneço depois de forrar as paredes com as poesias mais doentias, aquelas que me levaram da terra, aquelas que me fizeram assim, de olhos vagos e mente aberta...
E sem ninguém, no meio de todos, estou partindo como cheguei, sozinha... É assim que deve ser... Eu e meus três pontos, pois não acredito em ponto final.
 Acordo, pago a conta, agradeço e saio, com alguns pensamentos a mais, levitando entre os bêbados e mendigos. Aprendi a carregar a mala e vagar pela noite sozinha, sem medo... Carrego papel e caneta, estou caminhando vagando pela noite, em direção ao sol. Eu estou bem...

2 comentários:

  1. Adoro as suas metáforas, os seus exageros... Muito bom!

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  2. Oi Suzana.... nao nos conhecemos mas fico feliz em saber q esta gostando.... muito obrigada...

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