segunda-feira, 11 de julho de 2011

O que sobrou...



Lancei meus pés descalços
Pelo chão lavado de cacos de vidros,
Reflexos das garrafas quebradas na noite anterior...
O que tinha guardado em minhas mãos
Deixei pelo caminho...
Virei-me em direção ao sol
E fiquei a olha-lo até queimar,
Queimar e cegar...
As flores que colhia nas colinas acabaram,
Restaram ervas daninha e folhas secas,
A chuva nunca chegou...
As crianças já não brincam na terra,
Não há sujeira, ou brincadeiras...
Os trens pararam nas estações,
Não há mais chegadas ou partidas.
Nem números, nem livros,
Muito menos amores,
Esses que nunca existiram,
Esse, que me pergunto,
Se um dia existirão...
As fotos ficaram pretas e brancas,
Não há mais cores, gargalhadas,
Não há mais dança nem violão...
O vulcão não entrará mais em erupção...
Existem apenas as poesias velhas,
Antigas,
Que ficaram de companhia da solidão...

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