quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Você...

Olho calmamente para você,
Reconheço os caminhos escolhidos,
As estradas que percorro,
Os abraços e o socorro...

Depois de você o mundo é outro lugar,
O arco-íris é colorido,
As tardes são quentes
E eu posso sorrir quando o dia acorda...

Sinto uma estranha calma,
A vida soa com leveza
E eu dou os próximos passos
Sem medo...

Não sei se foi seu olhar perdido que me encontrava,
O toque, a risada,
As mil conversas da madrugada.
Sei que é você
Unicamente...

Amar você
Consome a minha poesia triste,
Amar você
É receber a vida de voltar,
Sonhar, sorrir, viver...

Amar você,
É deixar as marcas do passado bem guardadas,
Olhar o horizonte,
Seguir em frente
E ter certeza de que nossas mãos dadas
Vão seguir, para sempre, juntas...

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O que foi feito da vida?


Por onde deixei o rastro do que um dia eu fui...
Pedras eram levadas nas mãos
(queria construir um altar),
Coragem no coração...
Guiada pelo sol,
Entrei sozinha em mil países,
Soube dizer adeus e seguir em frente...
Invencível me senti...

Existiu um dia em que chorei de amor
E pedi para que ficasse,
Um tempo eu que fui capaz de perdoar e seguir a diante.

Onde ficaram os rastros de mim?
Quem foi a crianças em frente ao espelho
Perguntando-se sobre quem via?

Se um dia fui boneca de pano,
Suja e esfarrapada,
Fui transformada em boneca de porcelana pálida,
Fácil de quebrar...

O que foi feito da vida, Elis?
O que foi feito do amor?
Meus dias seguem, as luzes se apagam,

A canção perde o tom...

Por hoje...

No céu, urubus rondam do alto a cidade...
Nas ruas, soa a canção triste enquanto eu passo,
Pelos meus porros exalo os receios e os traumas,
Ao meu redor grades altas de medo que impedem de sair...

Sou pássaro viajante,
Nômade de lugar nenhum.
Estando aqui quero estar lá,
Se estivesse lá estaria pensando que felicidade,
Estaria, ainda, em outro lugar...
Ela segue por lugar algum...

Mas se quero ir embora?
Sim eu quero fugir daqui,
Seguir sem mala,
Sem lenço na mão,
Os documentos ficam ao chão...

Quero voltar para a Terra do Nunca,
Pegar o trem que andava pelo subúrbio,
E eu ficava olhando a paisagem correndo pela janela
Enquanto outros dormiam no ombro...

Eu não sou daqui,
O sentido se desfez,
A ânsia se desfaz,
A poesia me alimenta em doses homeopáticas,
Eu não sei qual será a próxima fuga,

Serei sempre pronta para partir.