A chuva esteve calma,
Silenciosamente, caiu por toda a noite...
O dia nasceu discreto,
Sol de longe,
Calor não veio...
Estou indo para onde os outros desejam ir...
Estou perdida,
Entre os trilhos já não sei pelos que devo seguir.
E como um trem desgovernado,
Vou avassalando minha alma
Manchada de sangue...
Olho ao meu redor,
O desespero consome,
Como cupins alimentando-se da madeira,
Não some...
Vai destruindo aos poucos, tranquilamente,
Até aniquilar as lembranças do outro mundo...
As fotos, melhor não tocar,
Não chegar perto,
Não olhar, não sonhar...
É preciso cantar as flores,
Chorar pelos falsos amores,
Juntar pedras e conchas,
Dormir ao chão,
Ver o sol pondo-se entre as nuvens da cidade grande...
A cidade que me perde...
Por agora,
Que a vida leve-me,
A vida que segue.
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