terça-feira, 16 de julho de 2013

Para quando parar de doer...


Luz, câmera, ação!
Ação!
Ação!
Ação!
A luz foi cortada, a câmera quebrou...
Ação parou na mão...
Mulher da vida, caminho durante o dia. Parto, não espero pelo sinal fechado, desfaço nos passos o desespero da vida dizendo não... Não, não, não...
As mãos ainda tremem, mesmo assim consigo lavar os pratos e de manhã voltarei a beber o café fraco e quando este acabar vou beber o café solúvel... Solúvel não é desculpa...
O arco-íris não foi visto mais... Nunca mais... Mas o pôr do sol está logo ali... Depois de engolir... Engoli o choro e sorri...
Parti aos poucos, secando como a folha do chão até sumir. Fui amarelando como os livros parados na estante... Na mesma estante em que ficaram guardados, quase escondidos, bem em cima, na caixa escura, os sonhos, a fé na vida, a crença pelo impossível, utopias e balões coloridos, flores guardadas com carinho, retalhos...
A noite esqueceu, no chão, a marca do vinho, taça guardada, garrafa no lixo, confiança vira gozo... Desgosto é perder o sono e não saber se deixou gosto...
Desconheço o rosto, escondo o corpo, o desespero fica nas margens do riso... O desespero redescobre os riscos, faz grito quieto, escreve as palavras que não foram ditadas...
A ditadura armada abre espaço e fala, cala e declara como pode, porque não sei...
Porque no fim, quando a maré resolver mudar, quando o Universo conspirar, quando Deus lembrar eu continuarei sendo ninguém e alguém poderá lembrar que nem mesmo as maiores dores do mundo foram capazes de desfazer, em pó, quem vive inundada de sentimento...
Nenhuma espada cravada no peito será capaz de frear a visão para a árvore florida no meio da rua...
Porque, uma coisa é certa, amor não é solúvel, amor resgata fé, amor faz seguir a caminhada e esperara na calçada até os carros pesados passarem... A vida continua me fazendo acordar cedo e andar, mesmo sem motivo, sem compromisso, sem objetivo ou ritmo... A vida continua levando coisas e deixando a mensagem para se psicografar... O melhor é deixar viver, com ação ou sem, com emoção, talvez. Ninguém avisou que se poderia sofrer, mas há que se saber que isso, também é viver...