Houve um tempo, em outro planeta em que se podiam
ver as estrelas.
Nesse planeta, de viagens distantes e longas
horas na nave de quatro horas, podia-se ver histórias contadas pelas nuvens:
bichos fofinhos, sorvetes e anjos.
Nesse planeta atravessavam-se as batalhas dos
gigantes de aço cercados de fios de alta tensão, estavam espalhados pelas serras,
pelos campos verdes.
Nesse planeta, havia uma janela de vidro que
deixava a luz da lua entrar e dava passagem para voar para outro lugar, dessa
mesma janela dava para ver quem iria chegar, quem iria passar, quem iria para
outro lugar.
Nesse outro planeta, todos os passos dados
eram movidos por ideais, sonhos, esperança, crença na mudança... Nesse planeta
foram feitas muitas mudanças que levaram a outros planetas.
Mas nesse planeta esquecido, a poesia foi
descoberta numa folha de caderno... Os livros foram encontrados jogados num
quarto úmido de piso gelado.
Nesse outro planeta, sentava-se na calçada de
madrugada e dava para viajar em ideias malucas... E dava para acompanhar e
imaginar o mundo das formigas, das abelhas e quase dava para acreditar que se
era Deus de outro mundo.
Deve haver, em algum pedaço do espaço, outro
planeta possível, cheio de histórias incríveis, cheio de vidas inesquecíveis...