segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Inquietação...

Para aqueles de alma inquieta, a arte pode ser a droga mais eficaz quando cai direto na veia.

Escrever é o tratamento de choque que recorro a quando a angústia grita, quando as encruzilhadas da vida se aproximam.

Vasculhar lembranças, relembrar os momentos que não perderam a tonalidade nas fotos, fazem parte do tratamento.

Depois, há de se perceber que o rumo mudou, que mudaram as calçadas e os morros, houve momentos de silencio, em que fui incapaz de debruçar-me sobre o papel, nem uma mísera frase tristonha foi capaz de desfazer-se na folha empoeirada.

Houve novos tempos, novas mudanças, nova mesa, outras janelas, outras calçadas a serem pisados, planos foram desfeitos e refeitos.

Surgiram novas certezas, que juntas, trouxeram mil incertezas, mil conceitos fora de conceito.

 A palavra refletida, antes de escrita volta a surgir, aos poucos, como forma de consolo, como forma silenciosa de ajudar a encontrar a decisão certa para o próximo passo, no próximo caminho do descaminho já descrito no destino.

Depois, a música repete-se mais um milhão de vezes, o texto não é bom e o último parágrafo não o tornará melhor. Sem foco, nem mesmo a escrita é capaz de me encontrar, eu vim divagar e vou. Morrer de fome, talvez também... Sem certeza, na dúvida, no que fui ontem, no que sou hoje e do que sobrou pro amanhã... Eu vou sem saber o que farei ou o que serei, eu não sei.

Se houver compromisso, abra a agenda, deixa um bilhete, lembre-se que eu vou. No momento decidi sentir, apenas sentir tudo aquilo que minha alma pede como alimento, eu devo sentir.

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