domingo, 19 de maio de 2013

Moral da história...


A mim coube trazer estocado no peito o interrogatório do pensamento... Pensar no que tenho para viver amanhã, o almoço da semana, o que irá se consumir do meu sono na noite, o choro que vai vir quanto todos já foram e quando o passado tenta explicar o presente e estar ausente é ser presente...

Os dias de chuva não me aborrecem nem entristecem, mas tecer a tarde numa dúvida de sempre: qual é a essência da vida? Eis o que me faz descer goela à baixo a angústia... Interrogação absoluta... Dívida jamais quitada...

Tenho em mim a ânsia de viver, fazer o mundo correr, ver chover, mover os pratos, derrubar o muro, puxar pela mão, trazer você... Saber que existe drama aqui, mas que mesmo assim eu sei sorrir, é o que prefiro...

Desculpa se o fiz sem ter por que, a mim coube fazer o que deveria fazer: abrir seus olhos e mostrar o caminho que há de caminhar. Porque esperar se há o agora para criar? E depois, ainda se pode continuar...

Que o concreto armado sirva de suporto para o castelo dos sonhos coloridos, suporte contra as bandidas dores do mundo nos corações escuros...

Porque a brutalidade não impede a força do que se faz delicado. A delicadeza não pressupõe o fracasso, perfaz a alma, torna terno o toque que protege... E a flor pequena e frágil continua a crescer no asfalto...

Pois é preciso trazer a delicadeza nos olhos para podermos reparar naquilo que dita o que é belo na sua essência... A simplicidade não se faz em preço.

Eu quero poder ver, enxergar e reparar, plantar e aprender a colher, e eu quero poder dizer que nesse grande pregar de peça que a vida impõe: vale a pena abandonar as roupas velhas e as frases ensaiadas e a rebeldia mentida, sempre, pela multidão, proferida, e mostrar as vontades que ficavam escondidas e dizer com liberdade que já não prefiro o drama e ser livre e ter coragem para saber que os clichês também dão dignidade, e que não há problema de querer seguir o fluxo da vida, e ensinar os pequenos seres, nem a sonhar algum sonho que a humanidade diz que não se deve sonhar... Não há problema em querer ver o mundo ao lado de alguém, e poder querer, e querer ser com alguém...

E eu quero saber onde estará à foto, se haverá alguma para mostrar e qual será o cenário: dia, mês, sorriso não ensaiado... Não é preciso esconder, não existe nada errado em admitir o que trago no peito...  Eu sou infinita...

Porque no fim, o que vai restar será apenas: Moral da história...

E será bom que alguém a queira ler...

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