Houve um tempo,
Em que se pulavam cercas em busca
de pôr do sol,
Houve um tempo que saímos
correndo do trabalho,
Pulávamos na cascata,
Registrávamos cada segundo do
tempo...
Houve o tempo de fotografias...
Houve um tempo em que brigas eram
quase diárias,
Que havia ciúmes,
Declarações na mesa do bar...
Houve um tempo em que ao despertar
do sono
Havia olhar de contemplação...
Houve um tempo em que se chorava,
Que havia mudança,
Mas exista plano a dois...
Houve um tempo que passado não
atormentava,
Não havia receio...
Havia certeza...
Houve um tempo em que não se
queria estar só...
Tempo de amar,
Tempo de esperar...
E nos piores momentos alguém saberia
falar alto,
Proteger sem brigar...
Houve um tempo de viver das
coisas simples,
De chorar juntos,
De fazer piada, sujar o carro
lavado,
De saber o que existe para
sempre...
Houve um tempo que foi preciso
aprender,
Foi preciso deixar-se crescer...
Houve um tempo que me moldou,
Que ficou
cravado na minha essência,
Que desenhou
o tempo de hoje,
Que não é
deixado em estrada nenhuma,
Reta nenhuma...
Muro
nenhum...
Que não se
abandona,
Nem se faz
como dono...
Houve um
tempo que não me fez destroços,
Que não
esmigalhou meus ossos,
Fez-me de
aço...
Porque houve
um tempo
A ser
ouvido...
Há nos olhos
detalhes a serem ouvidos todos os dias,
Coração que
fala a todo instante,
Mas não é
sempre que existe tempo capaz de ouvir...
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