domingo, 8 de setembro de 2013

Bom mesmo é sentir-se viva...



Sempre tive necessidade de sentir a vida pulsar. Sem precisar ler Nelson Rodrigues para entender que a vida é como ela é.

Pois bem, a clausura deprimiu, o frio doeu, a mudança foi insegura, a dúvida remoeu, dias longos vieram com chuva inacabada.

Mas agora, dias de sol, almoço rápido, ônibus lotado, avenida troteada, casaco no braço, eu sei que a vida é isso é assim que tudo faz sentido... Cheirar os aromas da rua, correr o risco de pegar chuva e não ter guarda-chuva, encarar a lotação de pé, checar o horário para evitar o atraso, correr para voltar para um novo lugar, aquele que já denomino casa, abrir a porta e ver um rabinho que abana sem parar, que me esperou pela tarde e que agora quer brincar...
Viver é ter a oportunidade de aprender, o cotidiano faz merecer por merecer.

Tenho uma nova vida, com flores na mesa, lista de supermercado, contas para pegar na caixa do correio. Eu tenho uma vida com livros espalhados, quarto bagunçado, móveis usados...

Tenho uma vida que têm sonhos acompanhados, caminhos cruzados, passeios de mãos dadas, espera na rodoviária, máquina de escrever, bilhetes, esperanças, crença na vida, apoio, alguém para escrever...

Tenho uma vida que me faz viva, que não é fácil, mas me faz sorrir todos os dias.

Já não vejo a vida passar, não estou na margem. Agora, eu sinto que o tempo passa sem que haja algo a lamentar. Eu estou no lado certo, no meu lugar, aquele em que os as estrelas traçaram para eu estar. Eu estou vida e é bom estar...

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