segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Insônia


Desespero forçado, arrebentado... Sem alternativa, levanto, acendo a luz, procuro pela mesa, entre livros e mais livros, qualquer pedaço de papel e uma caneta...
Depois de várias páginas lidas, madrugada aproxima-se, o dia que virá será longo, apago a luz e deito. Tapo meu corpo, a pouco a chuva começou e o frio continua...
Viro-me de um lado, do outro, de costas, afasto as cobertas... Cantarolo a canção que você me mostrou, o teatro, sem mágicos... Penso um pouco, lembro, penso em você, em nada do que ficou... Faço planos, fico imaginando, troco as palavras, as frases escritas, imagino se o final teria mudado.
Na vida passada, na cama de solteiro cabiam dois, três, que entre gargalhadas, sentenças, confissões, promessas, adormeciam loucos, felizes, boêmios. Agora, na cama grande, mal cabe um corpo que se perde, se bate, não adormece...
Insônia persegue, maltrata, trás você em todas as formas, todas que ficaram do outro lado, juntos com a paixão que nunca houve, nunca. Paixão não houve... E a chuva continua soando como os sinos da Igreja em consonância com a noite.
E os poetas suicidas? Para onde vão? Onde estão? Eu vou para a janela, observar a chuva, falar das poesias que fiz não pensando, vou esperar que as horas tragam meu sono e que levem para longe aquilo que rouba os sonhos. Vou fazer versos que lembrem e que só lembrando possa esquecer.


Um comentário:

  1. Nossa, neste tu também te superou.
    Até me imaginei rolando na cama, como faço todas as noites...
    E quanto à trupe, eles estão aqui em Passo Fundo, mas não vou poder ir ao show porque não estou inscrito na Jornadinha, e a inscrição hoje é "só" R$ 150. Uma pena.
    Parabéns, menina, aquele Nobel tá cada vez mais próximo.

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