sábado, 1 de dezembro de 2012

Do nada que sou...


De quantas dúvidas a vida é feita? E quantas respostas existem para cada pergunta?

E se algum dia nós achamos que a essência da vida era a dúvida, então podemos saber que o Nada tem algum sentido...

E podemos saber que eu posso ser o nada, o vazio da existência da noite de ventos fortes que esperam pela chuva que vai chegar. Eu sou o nada que olha o balançar da árvore e no movimento da folha desaperceber-se da algazarra ao redor...

Eu sou o nada na noite de sexta feira, eu sou o nada que espera o sentido, o nada que espera mãos dadas que sejam mais que amigos, que se possa sentir o que não pode ser tocado nem visto...

Eu sou o nada, que teve a vida roubada, que teve sonhos sequestrados, que desistiu de ver o mundo sofrer... Sou o nada e os sentimentos do mundo cabem em mim, cabem numa fração de segundos impossível de escapar ao longo da existência de ser nada...

Nada para você, nada para os outros. Pode ser se eu seja, também, o nada para quem sem foi... Serei nada, pode ser, para quem vier...

Eu sou e não sou e não há nada que poderia vir a ser, a não ser o que somente me caberá ser... Eu, apenas eu, como sou...
                                                        

2 comentários:

  1. O nada pode conter em si infindáveis possibilidades. Acho que o ser em si pouco importa. Importa é o potencial, a vida criativa. A perspectiva com que se olha é o fundamental.
    Belo texto, Ziza.
    Volmir.

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  2. Eu Sou. Sou em mim, para mim... Para o mundo? Para ele talvez eu seja o nada, mas sou, nem que seja para ser Nada. Eu existo, percebido ou não.

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