sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Antes do fim...


Desonra... Que grande honra...
Acabo de desfazer nossos feitos,
Escondi a caixa no beco,
Apaguei seus traços com a memória...
Não tive nem tenho glória...
Mala feita,
Mãos vazias,
Alma limpa,
Sigo sozinha,
Mas do lado ainda mora a vizinha...
Transcorro em versos,
Eu sei o que a vida é capaz de negar,
O que você não é capaz de julgar,
Escolha não é seu lugar,
E eu não sei mendigar...
Castelos de cartas em reverso,
Os rabiscos estão no verso.
No outro canto,
Fotos nas mãos,
Meus passos firmes na ilusão...
Depois do muro ainda existe emoção...
Já não precisa dar às costas,
Eu já levantei do chão,
Já aguento os pés calejados
E tenho força nas mãos...
Mas eu não teria dito não,
Eu ia ao ritmo da canção...
Eu seguia o som do sopro
E respirava forte na subida da escada,
Eu aguentaria a saudade,
E abraçaria de graça depois do pesadelo,
Na noite abafada...
Eu poderia fingir que não existe adeus nos trilhos,
Nem na estação...
Eu entendi o abano,
Já longe,
Em outro país.
Mas, hoje, você continua aqui,
Implicando com meu nariz...
Eu estou sempre por um triz...
Já não podemos fingir,
Não adianta mentir...
Quem sabe, seria aqui...
Ali...
Depois da curva,
Antes da chuva...
É preciso sair da dúvida,
É preciso saber do sentido que se sente sentir,
E conhecer o que se diz...
Não é somente paixão...
E eu estou estendendo a mão...

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