Pensei que, de repente, este pudesse ser o
último texto a ser escrito. Acho que não, acho que minha necessidade de
espalhar palavras quietas no papel se estenderá no tempo, no meu tempo...
Andam dizendo, que amanhã o mundo acabará e
como já disse, sim, para muitos acabará... Mas, não sabendo se será o meu fim
de mundo amanhã... Aproveito o dia chuvoso de hoje, nebuloso como gosto, para
divagar pelos rumos, disso, que, até então, tenho chamado de vida...
Se quiserem, de antemão, conhecer as
conclusões, saibam que elas não existem, nada pude concluir, nenhum desfecho
surpreendente...
Nas minhas divagações trilhei caminhos já
conhecidos, revistei as histórias de amores que se desfizeram antes de se
fazerem e os novos que surgem entre os bares e olhares, entre sorrisos
trocados, isqueiros, tocar na pele sutil, mas não despercebido...
Encontrar um príncipe não faz parte do meu
conto... Estou inventando meus amores, hora como fantoches, hora como a alma. A
todo tempo faço-os inesquecíveis, mas quando digo adeus, fim do capítulo...
Percebo que as mulheres do meu tempo começam
a deixar suas vidas mais sérias, algumas estão casando, outras noivando, outras,
ainda, com longos namoros... E eu to rindo a toa, bebendo além da conta, sei
para quem posso ligar pedindo socorro...
Ah, depois da desgraça, restou viver assim, à
toa, louca, restou aceitar minha estranheza e deixar a noite alheia mais
estranha... Um dia de cada vez, é tudo que tenho, é sempre pela última vez...
Meu conto eu mesma escrevo, os amores eu sei
que os tenho, sei do desapego, sei onde tenho o aconchego, então eu deixo,
viver é o que eu possuo no tempo...
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