Quanta
poesia ficou na noite,
Entre
o sonho
E
um lugar distante...
Uma
espera,
O
arrastar dos anos...
Quanto
da poesia ficou na falta de sono,
Que
se dissipou aos poucos,
Como
as sobras do corpo já morto,
A
fala que não enrola a língua do bêbado tonto...
Que
o dia siga no ritmo da poesia,
E
que a poesia,
No
traçado de cada verso
Assimétrico,
De
rimas vulgares e perdidas
Não
esqueça
A
ideia de um país das maravilhas,
Nem
do chapeleiro maluco.
Que
faça mágica à noite sem chá
E
que faça continuada as lembranças
A
ti (poesia), sempre relacionadas.
E
que faça, ainda,
Uma
história inacabada,
Que
viva a todo tempo,
Em
cada tempo,
De
distância e de saudade,
Sem
fazer esquecimento...
Espera...
E
sei que é você,
Como
máquina do futuro,
Que
sabe da sensibilidade,
Daquilo
que temos de profundo,
E que se impõe em minhas mãos
Para
que trace os versos,
Sem
rimas,
Para
que possamos mergulhar no poço,
No
fundo,
Distante
de tudo...
Que
a poesia não me abandone,
Que
seja a companheira
Durante
os dias,
Os
instantes que se instituem
E
em que neles não o vejo,
Não
o escuto nem o leio...
Que
a poesia também o acompanhe,
E
possa ela contar-lhe,
Dos
sentimentos que dedico,
Do
idealismo não perdido,
Do
toque suave que não é esquecido,
Do
olhar silencioso e calmo que divido...
Que
haja sempre um jamais,
Que
a história siga,
Que
a noite faça-se dia,
E
quem sabe, “um dia”,
Não
se consuma em um ponto final.
Mas
que a poesia se una...
Quanta poesia se esvai do mundo...
ResponderExcluirNos olhares acinzentados e sem brilho
No coração sem magia que vaga infeliz
Não deixemos jamais que a poesia nos fuja
Que abandone o olhar despreocupado,
O olhar da criança pura...
Onde está a poesia dos olhares embaçados?
Talvez tenha se perdido com o tempo,
Tempo em que cresceram,
Tempo em que esqueceram,
Tempo em que abandonaram parte da alma...
Mas nós não...
“Somos apenas crianças mais velhas, querida”
Atravessamos o espelho...
Lembramos dos toques,
Dos olhares...
E das simples e encantadoras estranhezas
Vemos o outro mundo com o espírito rebento
Driblar as regras...
Fugir às tecnicalidades mórbidas e frias...
Sim, que o dia siga o ritmo da poesia
Que vire noite e volte a virar dia
Que alimente a lareira
Com as palavras livres e despreocupadas
Que a poesia aqueça nossas almas
E quem sabe...
Tire o fosco dos olhos embaçados
Que venham as reticências!
Mas não para omitir as palavras não ditas,
E sim, para inspirar aquelas ainda não pensadas
Sem jamais ter um ponto final...