quarta-feira, 2 de maio de 2012

Caminho....


Eu não tenho outro caminho e por isso eu escrevo, escrevo porque não tenho caminho.

Eu pergunto qual é o caminho, para você que diz que sempre existe um caminho? Diga-me qual é o caminho, para os olhos furados e a pele arrancada? Qual é o caminho para os que choram? Para quem jamais terá aquelas mãos para segurar, nem os braços para agarrar, nem os olhos para contemplar.

Qual é o caminho para os que morrem de fome e para a doença sem cura? Qual é caminho que tomo na esquina, no próximo ano, para o fim da vida?

Qual é o caminho se você partiu sem volta, se você não se despediu, se você disse que jamais abandonaria?

Digam-me, vozes que não falam, qual é o caminho para as crianças mortas, para o gás lacrimogêneo, para os pais sem filhos, para o estupro atrás do muro?

Qual é o caminho para a cidade sem amor?

Qual é o caminho para o amor?

Qual é o caminho que não se caminha?

Caminho em qual caminho?

Diga-me qual é o caminho que todos procuram? avisem-me para não pegá-lo, para abandoná-lo, para inventar meu próprio caminho?

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