Como se não houvesse outro caminho, outro
destino, outra sina, outro rumo já traçado, já riscado, mencionado ou planejado,
escrevo... Mesmo no escuro, ouvindo o vento, de porta fechada e maquina de
lavar ligada... Escrevo porque lançar palavras é ter pulsação, é saber que a
vida acontece e corre... É compreender que não se pode fugir daquilo que se
é... Escrever é o ar que preciso para sobreviver...
E assim, sem tempo, contratempo, meio termo,
compasso e descompasso, debruço-me sobre pedaços de papel largados ao acaso e escrevo,
já não posso fugir de mim, nem esquecer que pretendo morrer de fome e escrever:
memórias, criações imaginárias, invenções, poesia da alma, outras histórias...
Depois de tantas tentativas de frustradas, de
fugas fracassadas, recaídas e ressacas, aceito... Volto e escrevo...
Mas agora, hei de ter sempre palavras
flutuando pelo (meu) universo e um retalho em branco por perto, e uma caneta, um
lápis, um giz de cerra ou até mesmo um pedaço de tijolo que me permita riscar a
calçada, que me permita viajar no espaço, estar fora desse mundo e estar salva da
loucura doentia, psicopatia... Assim continuarei a respirar e serei capaz de
sobreviver...
Que
a poesia, a escrita, as histórias ou as palavras continuem sendo o remédio
capaz de curar, de salvar...
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