Quando silêncio se rompe,
Quando o segredo se revela,
Quando se atravessa a ponte,
Quando se desfaz a amizade,
Já não se pode voltar,
Já se voltou para a Terra do
Nunca...
Abriram-se os portões,
E agora,
Depois que os trilhos ali nos
deixaram,
Entre chuva e nascer do dia,
Agora somos nós,
Com o poder nas mãos para
decidir,
Continuar a história ou fechar os
portões para sempre
E partir...
Não precisamos fugir,
O voo é para ser intenso,
De repente, resolvamos pintar o
céu de vermelho,
Verde ou cinza...
Mas isso não importa,
O que quero é estar junto e sem
demora,
Sem pressa nem hora...
Fora isso,
Palavras não sobraram,
Mas no coração,
O que existe de maior permanece
intacto,
(sempre permanecerá),
Como os anos passados,
Como nossos retratos,
Como nossa essência,
Dias que foram amados...
Amar é o maior de todos os
poderes...
Depois de ter queimado o medo
E ter varrido as dúvidas,
Trago o mundo no meu riso, já
conheci o pranto...
Há que se levantar a bandeira sabendo
do peso.
Continuo gritando baixo,
Deixo com você à calma,
Não tenho nada do além...
Sou o que serei...
Não tenho a eternidade,
Não tenho planos,
Tenho sonhos,
Sono,
Tenho um retalho da história
Sem glória, sem poder...
Tenho na memória a noite que fez
dia
E, por fim,
Tenho perguntas sem respostas,
E a poesia simplória,
Que vem e vai sem demora,
E consola...
Tenho a miragem,
Tenho sentidos e sentimentos...
Desconheço o que terei amanhã:
Segredo revelado,
Dúvida dissipada,
Mãos unidas,
Multidão ou a réstia da luz...
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