quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Do tempo e da poesia...


Tenho descoberto nos últimos tempos que o tempo passa, que eu tenho passado e que os pássaros têm passeado pelos ares, mas acabam descendo e na minha chegada posso apreciar a vida calma: estão a saltitar pelo gramado, bebericam a água que já não está gelada...

Estamos todos a morrer, nascer é pouco, dançamos no compasso do tempo, do meu, do seu, do outro, tão singular e único para cada um, assim...

E eu, nessas vagas filosofias, doo fragmentos do meu tempo explicando à testemunha fiel, ao interrogar-me se acredito na Bíblia e se tive medo do fim do mundo, que não tive medo que o mundo de esvaísse num pedaço do tempo. Eu não tive medo, pois sabia que o fim do meu mundo, no seu tempo chegará, quando assim tiver de ser e que será pontual, sem atraso ou demora... Já não tenho medo, terei do mundo o tempo que será somente meu ter, depois, eu saberei dizer adeus...

Agora, sem demora estou no caminho e eu mesma escrevo minha história, dias sem glórias, dias que fazem memórias enquanto o resto passa... Abro e fecho os olhos, navego quando assim me apetecer, eu tenho meus tormentos e não é ruim estar sozinha, sei ao que devo recorrer, sei quem devo socorrer...  Sei das paixões e dos amores, dos que vieram, dos que não passaram, de quem não se despediu, de quem sumiu e não faz falta... Mas sabor de verdade é quando despimos e mostramos a alma em forma pura, assim, como voar frente ao penhasco, ir... Caberá o riso ou o choro, mas o que vale é sentir...

Estou desarmada e viva, continuo andando e carregando palavras, continuo crendo no que não se pode mais acreditar, só assim posso me guiar. Sonhos nunca são demais e a mim não faz mal crer em utopia, porque o que eu quero é magia, cerveja, beijos de amores idos e vindos, dos que não voltaram mais, boemia. Porque querer falsas alegrias se tudo acaba um dia?... Eu quero ter, eu quero ser a poesia...

Nenhum comentário:

Postar um comentário