sexta-feira, 5 de junho de 2015

As bicicletas nos meus olhos

Numa manhã antes do feriado fui acordada antes do sol, alguém estava na porta chamando pelo meu nome... Pulei da cama, coloquei um casaco desgrenhado e cheio de pelos por cima de seus ombros, cocei os olhos enquanto saia do quarto...
Senti tristeza ao me despedir dos que iam, dos que me faziam ir sempre em frente... Mas, voltei a dormir quando o sol já havia se levantado e agora estava batendo na janela entreaberta e úmida.
Quando fechei os olhos, sem que estivesse dormindo comecei a ver bicicletas, muitas delas. Andando, andando, iam em direção ao que eu não sei o que era, mas tinham rumo. Aquelas bicicletas como as do Tour de France tinham rumo, iam para alguma direção que eu desconhecia.
As bicicletas que eu via pela (in)finitude da minha pálpebra eram em cores quentes como as Bicicletas de Belleville. Ninguém montado em uma daquelas tantas bicicletas olhou para trás, por isso desconheço rostos, vi as bicicletas que iam, apenas...
Continuei de olhos fechados, sem pressa para pegar no sono e logo ter que levantar pela segunda vez naquele dia...
Eu permaneci de olhos fechados observando aquelas bicicletas que corriam diante de mim. Dentro dos meus olhos aquelas bicicletas coloridas, em fundo escuro iam, de costas para mim.  E eu as via tomando rumo, todas elas, todas juntas... Rumo a algum lugar, para alguma direção todas aquelas bicicletas iam, mas no fundo de minhas pálpebras eu não via nada além das bicicletas em movimento... Talvez estivessem buscando a linha de chegada, talvez estivessem todas, admirando as ervas que cresciam pela caminho enquanto iam...

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