Numa manhã antes do feriado fui acordada antes do sol,
alguém estava na porta chamando pelo meu nome... Pulei da cama, coloquei um
casaco desgrenhado e cheio de pelos por cima de seus ombros, cocei os olhos
enquanto saia do quarto...
Senti tristeza ao me despedir dos que iam, dos que me
faziam ir sempre em frente... Mas, voltei a dormir quando o sol já havia se levantado
e agora estava batendo na janela entreaberta e úmida.
Quando fechei os olhos, sem que estivesse dormindo
comecei a ver bicicletas, muitas delas. Andando, andando, iam em direção ao que
eu não sei o que era, mas tinham rumo. Aquelas bicicletas como as do Tour de
France tinham rumo, iam para alguma direção que eu desconhecia.
As bicicletas que eu via pela (in)finitude da minha
pálpebra eram em cores quentes como as Bicicletas de Belleville. Ninguém
montado em uma daquelas tantas bicicletas olhou para trás, por isso desconheço
rostos, vi as bicicletas que iam, apenas...
Continuei de olhos fechados, sem pressa para pegar no
sono e logo ter que levantar pela segunda vez naquele dia...
Eu permaneci de olhos fechados observando aquelas
bicicletas que corriam diante de mim. Dentro dos meus olhos aquelas bicicletas
coloridas, em fundo escuro iam, de costas para mim. E eu as via tomando rumo, todas elas, todas
juntas... Rumo a algum lugar, para alguma direção todas aquelas bicicletas iam,
mas no fundo de minhas pálpebras eu não via nada além das bicicletas em
movimento... Talvez estivessem buscando a linha de chegada, talvez estivessem
todas, admirando as ervas que cresciam pela caminho enquanto iam...
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