Sentada numa cadeira giratória eu pensei num toca discos
tocando músicas francesas, sentada na cadeira e girando eu vi grandes caixas de
papelão, onde guardo coisas do passado, num canto, no chão.
Parei a cadeira, tirei as caixas do lugar, tirei para
fora os envelopes, as pastas, os cadernos e os livros.
Achei um embrulho em papel amarelo, havia remetente,
destinatário e CEP. Era de outro país.
Dentro do envelope gorducho, uma carta, um livro,
postais do velho mundo, muitos lugares...
Folheei o livro, de trás para frente, de frente para
trás, reli os postas, um por um e na ordem em que formam enviados.
Aumentei o volume, tocava uma canção francesa...
Esqueci de olhar as horas e fiquei ali, sentada no
chão comendo pó enquanto relia, enquanto sentia rememorar aqueles dias, as
conversas infindáveis, enquanto lembrava de tantas e tantas coisas, de
conversas que terminavam em brigas, de conselhos que não foram colocados em
prática, de chegadas que não chegaram.
Senti saudade e na nostalgia tive uma espécie de
orgulho de ter em mim um universo de coisas bem vividas a serem lembradas.
E incrivelmente o nome deste documento foi denominado
de 8 pelo word!
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