Preste
atenção meu bem, sabe por que os vagalumes brilham no gramado de casa? Adivinhe
só? Adivinhe, é o amor que os faz brilhar...
Sim,
é a procura pela companheira que os permite emitir o alerta: estou aqui!
Livres,
os vagalumes brilham enquanto esperam...
Enquanto
nós, o que fazemos? Brincamos de esconde-esconde? Fingimos não ser nada? Voltamos
para casa? Ou preferimos dizer que agora não é o momento? Não é a hora? Não
queremos?
Afinal,
o que somos diante desse estranho? Aliás, quem é você, estranho?
Os
vagalumes brilham, as araras são eternamente fiéis...
Eu
invento histórias, como se inventam os livros, como se reproduzem no cinema, busco
da minha forma, o mesmo brilho dos pequenos vagalumes...
Eu
quero poder ver, no escudo da noite, em meio ao gramado alto e ao som das
cigarras o brilho de um vagalume peculiar...
E
eu quero descobrir quem é você, estranho... Você, que surge ao acaso e parte
sem ter por que...
E,
sem ter por que, pintei minha vida, escrevi memórias, fiquei com a marca da
partida, fiquei com as sobras da história e os reflexos da melodia...
Sabe
estranho, eu sei quem é você, (você que faz o vagalume brilhar)... Mas já não
mais sei o que ainda se deverá dedicar...
Já
não sei, quando verei um novo vagalume, já são tempos difíceis de encontrá-los.
E
a nova ortografia, diz que se escreve vaga-lume... Então, que se continue a
vagar.
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