domingo, 11 de novembro de 2012

Vagalumes...


Preste atenção meu bem, sabe por que os vagalumes brilham no gramado de casa? Adivinhe só? Adivinhe, é o amor que os faz brilhar...

Sim, é a procura pela companheira que os permite emitir o alerta: estou aqui! 

Ironia da vida? Não sei, então eu fico por ai, perambulando, divagando, pensando nesse estranho chamado amor... Este que faz o vagalume brilhar...

Livres, os vagalumes brilham enquanto esperam...

Enquanto nós, o que fazemos? Brincamos de esconde-esconde? Fingimos não ser nada? Voltamos para casa? Ou preferimos dizer que agora não é o momento? Não é a hora? Não queremos?

Afinal, o que somos diante desse estranho? Aliás, quem é você, estranho?

Os vagalumes brilham, as araras são eternamente fiéis...

Eu invento histórias, como se inventam os livros, como se reproduzem no cinema, busco da minha forma, o mesmo brilho dos pequenos vagalumes...

Eu quero poder ver, no escudo da noite, em meio ao gramado alto e ao som das cigarras o brilho de um vagalume peculiar...

E eu quero descobrir quem é você, estranho... Você, que surge ao acaso e parte sem ter por que...

E, sem ter por que, pintei minha vida, escrevi memórias, fiquei com a marca da partida, fiquei com as sobras da história e os reflexos da melodia...

Sabe estranho, eu sei quem é você, (você que faz o vagalume brilhar)... Mas já não mais sei o que ainda se deverá dedicar...

Já não sei, quando verei um novo vagalume, já são tempos difíceis de encontrá-los.

E a nova ortografia, diz que se escreve vaga-lume... Então, que se continue a vagar.


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