terça-feira, 14 de agosto de 2012

O que quero...


É nessas horas, entre caminhos e paradas, correria cotidiana, dias de tantas escritas e poucas palavras ditas. Eu recrio caminhos do mundo, entre a criança que pede um sorvete e o mendigo pedindo moeda e pão, o hippie tatuado que vende o brinco ou o colar. A cabeleireira que se orgulha em falar dos caminhos do filho, os que ela queria e os que ele escolheu.
E nesses dias de trabalho apurado, eu fico imaginando as respostas que ainda espero: o não para o auxílio, o sim do “se vira”, bate em outra porta. Assim, eu ligo numa música e de tantos pensamentos, eu refaço castelos de cartas tão fáceis de fazer desmoronar... Ah, as cartas de baralho, do passado, desmoronaram fáceis... O meu continuou intacto...
Então interrogações e trilhos trocados, estou completa e cheia de empreitadas... Sim, aquelas que me deixam tão repleta e que fazem ser possível esquecer o que falta... Eu aceito o que já foi dito, o que foi feito e desfeito, o que nunca terá feito, mas eu aceito...
Eu não aceito esse mundo combalido, descalço, no poço, roendo osso, sem almoço, insosso, tosco... Eu sou de todos, como pedra no sapato e sol no olho...
Eu quero outro... Outros caminhos, outros sonhos, outros livros, outros sons... Quero animais soltos, quero o voo, canto solto, voz sem ser morto, o grito contra. Eu quero mesmo, outro mundo, um que seja de todos...
E tudo tão utópico? Tão louco?

2 comentários:

  1. Enquanto muitas cartas acham que você tem o defeito de ver as coisas demais e de ver todas elas em profundidade, eu vejo que nao é a questao de profundidade, mas o diferencial é que você se da conta de onde e do que vive.
    E exatamente por ser assim é que você tem que entender que o "mundo de todos" está lá no horizonte.
    Escuta e confia no barulho dos guizos e se
    aproxima dois passos da linha onde o sol se esconde, você vai notar que ela se afasta dois passos. Mas se você Caminhar dez passos, pode ter certeza que o horizonte vai correr dez passos.
    Por mais que você caminhe, jamais ira alcançar.
    Então para que serve a utopia?
    Serve para isso: para que você não deixe de caminhar.
    A utopia nada mais é do que uma realidade em potência.

    ResponderExcluir