Andei por aquelas ruas
Em dias que folhas nas árvores não haviam,
Acordava cedo,
Vestia o casaco,
Pagava o café,
Saía,
Respirando o ar frio,
Enquanto me deliciava
Entre as calçadas e os bares...
Enquanto eu caminhava
E petrificava cada momento,
Eu escrevi a poesia,
Escrevi cada linha,
Cada palavra,
Cada rima que nunca chega,
Que nunca se forma,
Nunca se materializa...
Naqueles dias sem fim,
Eu perdi a sede,
Esqueci de comer,
Eu observei cada milímetro
Das ruas,
Das árvores,
Do rio que corta a cidade...
Eu preferi alimentar com pão
Os pássaros,
As pombas...
Eu fiquei as noites em claro,
E nos dias seguintes eu andei pela realeza...
As luzes da cidade
Iluminaram tantas almas apaixonadas
Que lá andaram.
Eu perdi a livraria,
A casa,
Os pares
Onde viveram os anos loucos,
Os poetas suicidas,
Os escritores de frases simples...
E quando a música fala do meu paraíso escondido,
Eu sonho,
Escrevo,
Porque um dia eu voo.
Voo e volto...
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