terça-feira, 18 de outubro de 2011

É isto um homem?



A feira do livro de Caxias acabou no domingo. E tenho que admitir que fiquei  bastante decepcionada este ano, ao procurar por TODAS as bancas, sem alcançar êxito, o livros Os Miseráveis, um clássico da literatura. O qual quero muuuuito ler!
No entanto eu ainda fiz algumas comprinhas na feira. Além do “O apanhador no campo de centeio” (falado em post anterior), ainda comprei “Os devaneios de caminhante solitário” e “É isto um homem?”.
E é sobre este livro que quero dedicar um posto.
A dica veio de um professor da faculdade, que me vendo cada dia com um novo livro, resolveu indicar-me a obra de Primo Levi. Eu mais que prontamente, fui à procura, achei. E no final de semana o li.
Surpreendente... triste mas surpreendente o relato dos dias de um homem nos campos de concentração. Ali ele conhece outros homens que foram separados de suas esposas e filhos, que agora passam fome e frio, onde a grande maioria acaba morrendo.

Primo Levi sobreviveu e relatou seus dias cinzentos:

"Cedo ou tarde, na vida, cada um de nós se dá conta de que a felicidade completa é irrealizável; poucos, porém, atentam para a reflexão oposta: que também é irrealizável a infelicidade completa. Os motivos que se opõem à realização de ambos os estados-limite são da mesma natureza; eles vêm de nossa condição humana, que é contra qualquer "infinito.”” (p.15)

“(...) – pois quem perde tudo, muitas vezes perde também a si mesmo; transformando em algo tão miserável, que facilmente se decidirá sobre sua vida e sua morte, sem qualquer sentimento de afinidade humana, na melhor das hipóteses considerando puros critérios de conveniência. Ficará claro, então, o duplo significado da expressão “Campo de Extermínio”, bem como o que desejo expressar quando digo: chegar no fundo.” (p. 25)

“Fechem-se entre cercas de arame farpado milhares de indivíduos, diferentes quanto a idade, condição, origem, língua, cultura e hábitos, e ali submetam-nos a uma rotina constante, controlada, idêntica para todos e aquém de todas as necessidades; nenhum pesquisador poderia estabelecer um sistema mais rígido para verificar o que é congênito e o que é adquirido no comportamento do animal-homem frente à luta pela vida.” (p. 88)

Essa é a dica de hoje...
Boas leituras!




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