Dormi na praia,
Modelei a areia com as voltas do meu corpo,
Dei outras voltas
E vi a noite transformando-se em dia
Na cidade que flutuava,
Sentei-me enrolada no cobertor
E disse não ao ofertarem-me um cigarro...
Vi o mundo girar,
Esperei na porta até cansar
E perceber que você não ia chegar...
Peguei a mochila,
Segui, enquanto abanava-lhe cada vez mais distante...
Todos os dias eu volto à janela,
Descrente da minha crença eu espero...
Inerte no silencio,
Nas juras descumpridas,
No pôr-do-sol nunca visto,
Bons dias que nunca chegaram...
As dúvidas coroem-me como
Traças acabando com os livros da estante,
Mas eu não olharei para trás,
Não lhe farei voltar...
Vou estar aqui,
No banco,
Vendo as folhas verdes brotarem,
Estarei aqui,
Guiando o pião,
Fazendo-o nunca mais parar de rodar.