sábado, 28 de maio de 2011

Sexta-feira



     Veio-me uma súbita vontade de escrever, vontade repentina. De repente percebi que estava com uma xícara de café na minha mão, estava lendo algo sobre cultura, e nisso tudo misturei um pouco de Janis Joplin...
     É sexta feira, eu tive um dia gostoso e solitário, depois de me perder entre livros até dormir, caída entre páginas rabiscadas de conteúdos vagos e poemas de momentos divagados.
Eu encontrava-me num antro onde vi pessoas andando sem parar, para cá e para lá, eu andei entre beldades. Eu andei de chinelos sujos, como uma perdida, meio hippie, meio demente...
     Dessa mesma forma entrei no cinema (achei que poderiam me banir, mas não, nada falaram). Entrei, e as propagandas já haviam começado. Eu sentei na poltrona, deixei os livros de lado, junto com a bolsa e celular, acomodei-me, limpei a lente dos meus óculos e o filme começou... E eu quase chorei. Estranho é entender... Eu quase chorei... Momento raro no dia de hoje.
     E entre uma cena e outra eu percebia que naquela sessão havia ao meu redor pessoas um tanto mais velhas, beirando seus sessenta, setenta anos (um casal preferiu abandonar o filme e eles desceram calmamente as escadas, tomando cuidado para não cair). E eu me perguntei por quê? Sim, por que eu havia escolhido aquele filme, aquela sessão?... Mas isso realmente importa? Afinal, ao buscar o diferente, eu deparo-me com situações diferentes, e são estes detalhes que intrigam, instigam... E eu gosto... Eu posso pensar e deixar o mundo girar, eu paro e deixo tudo girar... E eu gosto...
      E a noite eu acabo percebendo que às vezes o que lhe soa diferente é apenas uma casquinha, uma pelezinha fina e sensível que se desmancha depois de alguns goles, e mostra-se comum como qualquer outro. E palavras são palavras, e autodenominação não representa nada diante dos atos exercidos. É banal, clichê, mas é a verdade.
      Não há nada a que se esperar, não espere nada... Confiar em si mesmo e nos próprios ideais e princípios é o melhor que se tem a fazer...
      Por hora, continuo na companhia do café (já deve estar frio), livros e mais alguma divagação de extraterrestre, eu não passo disso, um ser extraterrestre, buscando a diferença.

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