segunda-feira, 16 de maio de 2011

El Cartero de Pablo Neruda




- Porque os nomes não têm nada que ver com a simplicidade ou complicação das coisas. Segunda a tua teoria, uma coisa pequena que voa não deveria ter um nome tão comprido como mariposa. (p. 23)


- E para pensar ficas sentado? Se queres ser poeta, começa por pensar caminhando. (p.24)


Chegando quentinho mais um post sobre Livro: O CARTEIRO DE PABLO NERUDA (El Cartero de Pablo Neruda – Ardiente paciência). Escrito por Antonio Skármeta. A Obra retrata a vida de um jovem que larga seu ofício e torna-se carteiro com o objetivo único de “observar” o Poeta Pablo Neruda. Assim sendo o único que recebe e envia correspondências ao Poeta.


Neste contexto inicia-se uma relação quase que de intimidade entre os dois e entre os acontecimentos que se seguem em suas vidas: ideais, política, sonhos, paixões e, claro, poesia...


(...) Tudo que no mar era eloquência, nele foi mudez. (p.29)


O livro, e não poderia ser diferente, é marcado pela riqueza poética, que está presente em casa frase, em casa parágrafo.


(...) O Seu rosto engalanou-se com essa fresca alegria, e o esquivo sorriso reapareceu com a simplicidade de um pão sobre a mesa quotidiana. “Se um dia morrer”, disse para consigo, “quero que o céu seja como este instante.” (p.66).


Em Portugal “O Carteiro de Pablo Neruda” foi considerado pelo “Diário de Notícias” como o melhor livro de autor estrangeiro de 1996, pelo que a Editorial Teorema recebeu o premio Livro de Ouro. (informação constante no livro)


- A poesia não é de quem escreve, mas sim de quem a usa!


- Alegra-me muito essa frase tão democrática, mas não levemos a democracia ao extremo de submeter a votação dentro da família quem é o pai. (p. 71)


A verdade é que para aqueles que conhecem a poesia de Neruda, que a apreciam, o livro torna-se magnífico. Simples, mas incrivelmente belo.


“Eu acredito nessa profecia de Rimbaud, o vidente. Eu sou de uma obscura província, de um país separado dos outros pela cortante geografia. Fui o mais abandonado dos poetas e a minha poesia foi regional, dolorosa e chuvosa. Mas tive sempre confiança no homem. Nunca perdi a esperança. Por isso, cheguei até aqui com a minha poesia e a minha bandeira.”(p.110)


É difícil não o achar inspirador...


-Já que estamos em Shakespeare, respondo-te como Mercúcio quando o trespassa a espada de Tebaldo. “ A ferida não é tão funda como um poço, nem tão larga como a porta de uma igreja, mas chega. Pergunta por mim amanhã e verás como estarei esticado.” (p.126)


E para os apreciadores da sétima arte fica como sugestão o filme O Carteiro e o Poeta, que foi inspirado na obra escrita de Antonio Skármeta.


Finalizando o post de hoje (longo por sinal), fica um dos poemas de Neruda, contido no livro.


“Eu volto ao mar envolto pelo céu,


O silêncio entre uma e outra onda


Estabelece um suspense perigoso:


Morre a vida, inquieta-se o sangue


Até que rompe o novo movimento


E ressoa a voz do infinito.” (p.130)



Espero que tenham gostado...


Um abraço literário a todos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário