É mais uma das histórias mal
resolvidas...
Estória com fim esquecido de
ser escrito...
Ah, poeta, se eu soubesse o
que poderia ser dito,
Se eu pudesse escrever das
emoções que sinto,
E fazer das palavras,
Vento para bagunçar o cabelo,
Balançar e dar movimento,
Trazer alento,
Para fechar os olhos e andar sem
previsão do tempo...
E se eu soubesse,
O que o distanciamento tem
feito,
E quando se abre a janela o
que tem desfeito...
E quantas vezes eu leio e lhe
releio,
E no fim da noite,
Quando se faz o silêncio,
E de companhia, tenho o
relógio e seu repetitivo tiquetaquear,
Volto a ler sua rara poesia...
E dela eu voo como o pássaro
quase extinto
E me inebrio da plenitude,
No infinito de cada verso,
Construção épica...
E assim posso voltar,
Para escrever a poesia,
Que pode não dizer nada,
Mas que pensando no seu
traçar, faz-se clara...
E nessa mesma noite
Enquanto você, entre livros
se acaba,
Eu remonto o discípulo,
Junto às peças de um
revolucionário,
Que escondeu as bandeiras,
O poeta que tem em suas mãos
a rosa pintada em letras,
E em suas palavras unidas,
Transcreve a profecia,
E, por fim,
Transforma o domingo no lugar
onde se dita nossa escrita...
Há tanto tempo não te vejo,
E há quanto tempo não escrevo
um verso que mereço...
Nunca te esqueço,
Mas quando posso lhe
lembro...
E volto a querer outro tempo,
O tempo que nunca houve...
Ei de guardar bem guardado o que não pode ser
desfeito.
Mas que pode ser um reinvento,
Que eu invento,
E não te inverto,
Apenas lhe trago o efeito,
Do seu feito...
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