terça-feira, 16 de outubro de 2012

A Náusea.



Resolvi escrever esse post, pois, admito, estou encantada com minha última leitura, trata-se de “A Náusea” do francês Jean-Paul Sartre.

Pra começar, batalhei para conseguir o livro, pois mesmo passando em todos os estandes da feira do livro de Caxias, NENHUM possuía a obra. Tive que ir a uma loja e procurar na persistência (já que haviam me dito que o livro também não tinha na loja). Mas acreditem, eu achei... =]

E valeu a pena... A Náusea é o tipo de livro que gosto, traz em suas páginas muitas reflexões, instiga o pensamento, interroga, faz ir além... Não poderia ser diferente, as questões de existência permeiam as 234 páginas do livro.... 

Melhor ficar por aqui, mas não sem antes deixar algumas passagens dessa brilhante obra:

“Quando se vive, nada acontece. Os cenários mudam, as pessoas entram e saem, eis tudo. Nunca há começos. Os dias se sucedem aos dias, sem rima nem razão: é uma soma monótona e interminável.” (p. 60)

“Quis que os momentos de minha vida tivessem uma sequência e uma ordem como os de uma vida que recordamos. O mesmo, ou quase, que tentar capturar o tempo.” (p. 61)

“Será possível pensar em alguém no passado? Enquanto nos amamos, não permitimos que o mais ínfimo de nossos instantes, a mais leve de nossas dores se desligassem de nós e ficassem para trás. Os sons, os odores, os matizes do dia, até os pensamentos que não nos dissemos, tudo isso nos acompanhava e tudo permanecia vivo: não cessávamos de desfrutá-los ou de sofrer por eles no presente. Nenhuma lembrança; um amor implacável e tórrido, sem sombras, sem recuo, sem refúgio.” (p. 90)

“ Mas o pensamento, sou eu que o continuo, que o desenvolvo. Existo. Penso que existo. Oh! Que serpentina comprida esse sentimento de existir – e eu a desenrolo muito lentamente... Se pudesse me impedir de pensar!” (p. 135)

 “Sinto vontade de ir embora, de ir a algum lugar onde pudesse estar realmente em meu lugar, onde me encaixasse... Mas meu lugar não é em parte alguma; eu estou sobrando.” (p. 163)

“A Náusea não me abandonou e não creio que me abandone tão cedo; mas já não estou submetido a ela, já não se trata de uma doença, nem de um acesso passageiro: a Náusea sou eu.” (p. 169)

“O que quero dizer é que, por definição, a existência não é a necessidade. Existir é simplesmente estar aqui; os entes aparecem, deixam que os encontremos, mas nunca podemos deduzi-los.” (p. 175)

“Sobrevivo a mim mesma.” (p. 192)


Boa noite e boa leitura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário