sábado, 21 de abril de 2012

É ESTRANHO E DE REPENTE.



Tudo é muito estranho, e o estranho parece ser o melhor caminho diante de todas as escolhas que poderiam ser tomadas.
Mas é estranho que até pouco tempo atrás nada fazia sentido, e eu simplesmente desviava da vida, arriscava a cabeça no muro, o travesseiro do lado errado, dormir descoberta, beber de qualquer lata.
É estranho que exista tanto do amor platônico, e eu ainda prefira a liberdade de Rousseau... É estranho, mas agora me apego a vida, eu posso até estar sumida, mas é estranho.
É estranho que eu goste tanto do barulho que faço ao virar a página...
É estranho que esteja sempre a um passo, mas o passo nunca chega...
De repente é assim, algo faz sentido, mas tudo se desmorona aos poucos. E eu simplesmente não consigo falar, porque o choro tranca minha garganta e eu afogo.
É estranho, você não entende e mesmo assim eu te quero, é estranho, você não sabe que eu escrevo, é estranho...
Sim, eu não terei filhos e a xícara de chá vai esfriar enquanto deleito-me em páginas de pura sofreguidão.
A vida segue, segue sem a minha calma... E minha falta de fé segue sendo a pura perturbação...
É estranho que em meio ao caos eu descubra, de repente, um sentido, que não fez sentido porque não sei o que é, e mesmo assim faz...
E eu quero ficar.

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