quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ensaio Sobre a Cegueira



Bom esse post é dedicado ao amigo Marcelo, que está lendo a obra a que me remeto aqui. E minha sugestão de leitura para aqueles que ainda não leram.

O escolhido de hoje é o “Ensaio sobre a Cegueira”. Este é o primeiro livro que leio de José Saramago. Na verdade após uma longa resistência, resolvi adentrar-me no universo desse sábio mestre.

Ensaio sobre a cegueira é um dos mais conhecidos livros desse autor, uma vez que o mesmo já foi adaptado para o cinema. Julgo dizer que, com razão, o conteúdo dessa história é riquíssimo, e por muito fez colocar-me de frente a mim mesma e interrogar-me sobre a minha “visão”.

“Não há bem que sempre dure, nem mal que ature, ou, em versão literária, Assim como não há bem que dure sempre, também não há mal que sempre dure, máximas supremas de quem teve tempo para aprender com os baldões da vida e da fortuna, e que transportadas para a terra dos cegos, deverão ser lidas como segue, Ontem vimos, hoje não vemos, amanhã veremos, com um ligeira entoação interrogativa to terço final da frase, como se a prudência, no último instante, tivesse decidido, pelo sim, pelo não, acrescentar a reticência de uma dúvida à esperançadora conclusão.”

Ensaio sobre a Cegueira, relata sobre a repentina falta de visão, ou a visão branca que começa a atingir toda a população. Entretanto alguém continua a enxergar. Porque?

“levei a minha vida a olhar para dentro dos olhos das pessoas, é o único lugar do corpo
onde talvez ainda exista uma alma(...)”

Em suas 309 páginas vamos descobrir sobre o bem e o mal presente em cada indivíduo, desvendando razões e sentimentos. Refletir sobre nossa própria cegueira.

“Se eu voltar a ter olhos, olharei verdadeiramente os olhos dos outros, como se tivesse a ver-lhes a alma (...) Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.”
Até breve.

2 comentários:

  1. Estou muito feliz com a homenagem, e principalmente em ser tratado como amigo. O livro é incrível. Há um momento em que é dito "O mundo todo esta aqui dentro" e isso é muito verdade. A cegueira e o isolamento são apenas uma forma de mostrar o ser humano em sua forma mais nua, sem disfarces. Mostrar a humanidade toda em um punhado de gente desesperada.

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  2. "se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas consequência dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar."
    (José Saramago, Ensaio sobro a cegueira, pg 84,ed.: companhia das letras)

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