Sozinha no apartamento de paredes brancas e vazio, resolvi abrir as caixas deixadas num canto qualquer, esquecidas...
Eram papéis, textos da faculdade, fotos da
escola, cadernos, bilhetes, cartas e chaveiros.
Escondidas num plástico transparente encontrei
as fotos de cabine que eu achava que estavam perdidas...
Entre mapas e cartões postais, eu as
encontrei as fotos tiradas numa cabine apertada e velha, numa estação de trem, enquanto
todos estavam andando rápido de um lado para o outro contanto a velocidade dos
ponteiros.
Numa cabine velha e barulhenta, foram
tiradas fotos de brincadeira...
Perdida em lembranças entre lugares, árvores,
sol, rio e monumentos, esqueci que havia deixado a chaleira no fogão. A água
estava fervendo. Corri para desligar o fogão...
Entre mapas e postais eu encontre as fotos
tiradas numa cabine. Fiquei nostálgica sem lamentar, sem me importar com o
rosto inchado, com o cabelo desajeitado, com a pele manchada, de como estava
naquele dia...
Entre mapas, postais e bilhetes de trem,
eu encontrei as fotos tiradas numa cabine que não existe mais...
Eu pude escrever...
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