Ali sentada,
Eu olhava
através da janela,
E da janela
eu via as árvores sem folhas,
E a luz dos
faróis dos carros que iam e vinham.
E ali
sentada
Eu ouvia o
burburinho,
A conversa
alta daqueles que brindavam ao amor
E tomavam
aos goles,
Água, café e
espumante,
E brindavam
novamente o amor...
E ali,
sentada,
Olhando para
fora,
Os carros e
as árvores,
E ouvindo as
canções e a poesia
Que vinha de
dentro
Eu lembrei-me
da máquina, azul, de escrever.
E eu pensei,
que sentada ali,
No barulho,
na canção, na poesia,
No bater de
taças,
Eu seria
capaz de escrever tudo o que guardo em mim...
E ali
sentada,
Eu fiz
poesia...
Eu vi em
molde real,
O círculo de
leitura,
Nas imagens
em que criava,
E que agora,
eu via.
Não era a
livraria dos boêmios
Escondia em
Paris,
Mas era o
refúgio
Para quem
entrava trazendo versos
Que diriam
tudo...
Eu estava
sentada ali,
Enquanto
pessoas chegavam
Abriam seus livros e liam,
E ouviam a
canção,
E voltavam a
abrir seus cadernos de recordações,
De capa dura
verde escura.
Sentada ali,
Gravei
aquele caderno verde,
De páginas
amareladas
Em que ao
abri-lo pulavam versos adolescentes,
Entre
desenhos feitos a mão.
Sentada ali,
Eu tornei-me
capaz de escrever todos os versos do mundo,
Eu sabia que
estava ali...
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