segunda-feira, 28 de abril de 2014

De quanto sentimento é feito um poeta?


Ah Drummond, quantas pedras foram achadas pelo caminho?
E quantas faces foram necessárias para moldar sete delas?
Quem foi o carteiro de Neruda?
E de quantos amores viveu Moraes?
Quantos foram infinitos enquanto duravam?

Quanta simplicidade havia nas ruas de Quintana?
Quanta cegueira havia nos olhos de Saramago?
Onde estão os fingimentos de Pessoa?
Na estátua de Lisboa?

O que restou das veias abertas de Galeano?
E o que restou da memória de Gabo?
Já se passaram cem anos?

Há dias em que pergunto:
De quantas dores é feito o mundo?
E da mistura de quantos sentimentos é feito um poeta?
De quanta incompreensão do mundo são feitos
Aqueles que rasgam folhas buscando compreensões?

Onde nasce o poeta?
Onde termina a poesia?
Quantos pegam o lápis?
Quantos transformam a palavra em mundo?

De quantas dores é feito o mundo?
De quantas mãos são feitas a poesia que refaz o mundo?
De quantas perguntas é feita a dúvida?

E de quantas respostas não dadas nasce à poesia?

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