Basta apenas um instante para que a alma seja
tomada pelo vazio, reflexo da mente doentia, das profecias feitas na sala de
aula, depois de todos já terem partido... Um instante que dissipa o otimismo, a
crença em dias melhores...
Não passa de uma alma incompreendida,
tentando remodelar um mundo feito de estruturas de aço infindável, que jorra concreto
por cima da flor, dita regras para o desamor, eleva o desertor e o consumismo
não é visto como ditador...
As canções já não são mais hinos, os livros
foram trocados, abandonados, jogados no lixo... E aqueles que não tiveram a
alma blindada pela produção em escala, acreditam que não possuem o direito à
felicidade, seguem nadando contra o amargo rumo que a multidão toma...
Vomitam suas verdades, expõem-se, ficam a
beira do abismo, a menos de um milímetro do precipício, não se transvestem, nem
fingem, ariscam, pois querem apenas a vida como ela é, não almejam falsas
verdades... E porque, ao fim, sabem que o mundo encantado que almejam, é a
simplicidade, distante dos ditames da modernidade...
É lá que fazem o esconderijo secreto,
abandonam os abalos do mundo e criam um universo calmo, de canto de pássaros e
livros lidos, onde a criança para e colhe, no asfalto, a flor que assopra e
voa, e quando voa dissipa o vazio... Afasta as dores do mundo e trás de volta a
cresça, a felicidade...
Agora, repara, o melhor caminho é aquele que
se faz com Amor...