terça-feira, 12 de junho de 2012

Do dia...


Da poesia fez-se o drama,
E dos passos calados fez-se trotes altos...
Dos anos passados fizeram-se lembranças
E a história virou pedra,
E o romance virou mito...
O canto virou hino depois da morte,
E os sonhos viraram pinturas raras...
E de noites, na sala, ficou o pensamento viajante...
Na carteira ficou uma foto,
Um bilhete dobrado,
Uma carta...
E das esquinas da cidade
Ficou o contêiner de lixo,
Do homem catando o reciclo,
Do homem beijando sua amada, que espera...
Da rua ficou o perfume perdido,
E ficou tanto vermelho,
E tantas pétalas espalhadas...
E de hoje,
Ficou o tempo que se foi,
A amargura que sobrou,
As horas que disseram adeus para nunca mais voltarem.
Do dia, ficou...
Uma poesia,
As palavras,
A incompreensão,
A (in)finitude...
O fim que não deixa terminar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário