Gosto dos dias cinzas,
Em que deixo a canção francesa tocar.
É quando faço da minha janela, uma grande tela,
E ali fora tenho algo a contemplar...
Gosto de relembrar as ruas estreitas
Que misturam essências
Entre prédios altos e antigos,
Com flores coloridas nas janelas...
Gosto de recordar os sonhos puros que tive
E saber que os fiz serem moldado em concreto, barro, ferro e
coração...
Gosto de me acalmar e sentir (de novo) o sopro do vento frio
De dias que já se foram.
Gosto de sentir no peito que um dia tive coragem
E gosto mais ainda quando algo palpita de novo
Para lembra-me que a vida continua e que está diante de mim
Que está dentro de mim esperando para voar.
E aí posso lembrar que o enredo está escrito e forjado em
ferro
E que os próximos passos esperar por meus pés,
E eu os terei de dar...
E existem lugares que terei de chegar,
E páginas que vou criar,
E lombas de livros que irei tocar...
Que meus sonhos continuem pairando no céu,
Que Paris me espere,
Que haja sempre essa mão sobre meu ombro,
Que os dias continuem.
Porque logo, ou mais tarde, eu volto a outros mundos,
Eu seguirei as histórias feitas para mim,
E dançarei nas ruas estreitas
Ao som da canção francesa,
De mãos dados
Ou de livros no chão.
Porque eu sei,
Eu vivo de paixão,
E tenho no peito vida que palpita
E que não me deixar desistir,
Nem dizer não.
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