terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Talvez

A Terra parou,
O chão se partiu,
O estranho sorriu,
O tempo seguiu,
A poesia surgiu,
A poesia fugiu,
A rima mentiu
E ela acabou aqui...

A poesia alimenta os “talvez” que poderiam ter sido diferentes,
Alimenta-os e deixa-os fugir...
A poesia permanece, mas não fala...

A angústia avassala,
Prende o peito,
Agarra-se as amarras,
Esconde-se nas curvas das palavras
Retoca as cores do passado...

Já não sei do que do que sinto saudade,
Nem o que me comove...
Não sei se sou feita de risos ou de areia,
Palavras cruzadas ou histórias mal acabadas...

Não sei se é choro contido,
Grito abafado,
Carta do baralho amassada, rasgada, jogada fora...
Não sei se é o que digo
Ou se sei o que não digo,
Eu não finjo, desminto,
Acredito em mitos...

Vou fechar a porta,
Ouvir as canções de longe,
Vou maquiar o riso no rosto,
Vou refazer os passos,
Marchar com aquilo que nunca tive,
Razão,

Continuar com a poesia na mão...

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