quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Outro Planeta...

Houve um tempo, em outro planeta em que se podiam ver as estrelas.

Nesse planeta, de viagens distantes e longas horas na nave de quatro horas, podia-se ver histórias contadas pelas nuvens: bichos fofinhos, sorvetes e anjos.

Nesse planeta atravessavam-se as batalhas dos gigantes de aço cercados de fios de alta tensão, estavam espalhados pelas serras, pelos campos verdes.

Nesse planeta, havia uma janela de vidro que deixava a luz da lua entrar e dava passagem para voar para outro lugar, dessa mesma janela dava para ver quem iria chegar, quem iria passar, quem iria para outro lugar.

Nesse outro planeta, todos os passos dados eram movidos por ideais, sonhos, esperança, crença na mudança... Nesse planeta foram feitas muitas mudanças que levaram a outros planetas.

Mas nesse planeta esquecido, a poesia foi descoberta numa folha de caderno... Os livros foram encontrados jogados num quarto úmido de piso gelado.

Nesse outro planeta, sentava-se na calçada de madrugada e dava para viajar em ideias malucas... E dava para acompanhar e imaginar o mundo das formigas, das abelhas e quase dava para acreditar que se era Deus de outro mundo.

Deve haver, em algum pedaço do espaço, outro planeta possível, cheio de histórias incríveis, cheio de vidas inesquecíveis...

sábado, 12 de outubro de 2013

Da criança que fui...



Uma vez minha irmã recordou uma frase que eu costumava dizer quando eu era criança: “bicho também é gente e gente também é bicho.”

Foi na minha infância que minha família me ensinou a respeitar os animais. Meu pai nunca cansou de dizer que se fosse para ter um bichinho preso ele preferia não ter, foi ele que disse que o lugar dos pássaros é no ar, solto, livre. Assim, como ele ensinou o Dog e a Lana a não caçar os diferentes pássaros que apareciam pelo gramado de casa.

Minha mãe, às vezes, fazia-me pular da cama mais cedo para ver o beija-flor que aparecia nas flores, o pica-pau, o bando de caturritas. Depois que tive de ir morar fora, ela me ligava para contar que haviam aparecido dois tucanos maravilhosos pelo pátio.

Houve uma vez, quando eu era pequena, que um passarinho entrou na sala e, na tentativa de sair, bateu no vidro, minha mãe, prestativa, pegou água e tentou animá-lo e, depois, devolveu-o ao vento.

Lembro-me do meu pai contanto, do dia em que, sem querer, meu irmão atingiu um passarinho e começou a chorar desesperadamente, mais uma vez meus pais estavam lá, para tentar animar o pequeno ser.

Pois bem, pode ser que eu tenha demorado um pouco para entender que o amor, não faz distinções, é incondicional.

Tornei-me vegetariana por eles e vi meu pai tornar-se junto comigo, pois entendia o que aquilo significava. Ele lia os livros que eu lia e compreendia que nós, seres humanos, não somos nada além do que os animais são.

Hoje, sem rumo na minha vida profissional eu sei o que desejo do fundo do meu coração. Sem pretensões econômicas, sem saber se vou morrer de fome, sem chuva de confetes ou status em alguma profissão, sem carreira bem sucedida, eu só sei que continuo acreditando que “bicho também é gente e gente também é bicho.”

Pois conservo em mim a criança que fui e trago em mim as lições que vivi, os ensinamentos daqueles que me moldaram.

Eu quero salvar bicho, eu sou uma criança que ainda acredita que o mundo pode mudar e pode ser um lugar melhor para os animais.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ensinem os seus filhos a ter compaixão!


"A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem."
(Arthur Schopenhauer)



No início da noite saímos passear com a Julieta.

Caminhamos pelo centro da cidade, no fim do passeio Julieta parecia cansada e por isso o Lauro resolveu pegá-la no colo, já que estávamos próximos de casa.

Seguimos conversando sobre as preocupações profissionais quando de súbito, fui surpreendida com um garotinho que andava de bicicleta e que se dirigindo ao Lauro, disse: Tio, posso passar a mão nesse cachorrinho?

Fui tomada por uma alegria...

Lauro, disse que sim, desde que tomasse cuidado, pois, como a Julieta ainda é uma “filhotona” nós não sabíamos como poderia reagir.

Ela, por sua vez, tentou cheirar o menino e logo começou a abanar o rabo.

Quando já estávamos seguindo nosso caminho consegui ouvir o garoto, que contava alegremente para sua mãe que tinha passado a mão num cachorro.

Acabei lembrando-me de uma canção que diz: “Ensinem os seus filhos, ensinem a ter compaixão.”

Pensei, que se fossemos capazes de compaixão aos animais, seríamos capazes, de como esse garoto, ver a vida animal com respeito, com igualdade, com o valor que lhe é cabível, mas que nossa visão antropocêntrica foi incapaz de reconhecer. Se tivéssemos compaixão, seríamos portadores de afeto (como foi o menino) a todos os animais e não apenas a alguns. Teríamos, mais do que um forma racional, sensibilidade e, aí sim, poderíamos, não sermos reconhecidos como superiores, mas iguais aos animais não humanos.

Que sejamos capazes, de um dia, deixar outros ensinamentos as crianças, que sejamos capazes de ensinarmos aos filhos do mundo a terem compaixão pelos animais e que nós sejamos, a qualquer tempo, capazes de aprender a ter compaixão e respeito pelos animais.