quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

8 de dezembro...


O que você acharia se soubesse que virei vegetariana, que agora me dedico na proteção dos animais... O que você iria pensar ao saber que não serei mais a jornalista salvadora do mundo, e faço um outro curso qualquer, que mal frequento a faculdade, troco as cadeiras da universidade e prefiro ir sentar-me no bar, no meio dos fumantes...
Você não sabe, mas eu viajei como sempre quis, conheci Paris, dormi com mendigos, dormi no gramado da praça e corri pelas calçadas lisas...
Meu cabelo continua comprido, parei de dançar. Continuo amando os livros, guardo junto de mim o Canto Geral do Pablo Neruda, não deu tempo de você escrever qualquer dedicatória...
Acho que continuo sonhadora como nos nossos tempos, mas agora eu prefiro chorar sozinha, quando ninguém pode ver.
Acho que você continuaria me achando poeta, já que continuo escrevendo intensas poesias, como aquelas, de anos atrás. Como aquela que fez você chorar, sentado na cadeira, no meio da sala da rádio pirata...
Já se passaram alguns anos e você continua igual, nada, nada mudou em você... Eu envelheci, mas as marcas ainda não chegaram ao meu rosto. Minha idade mudou, a sua não irá mudar...
Eu guardo todos os momentos, como trailers do cinema... Eu lembro... E por mais que eu tente descreve-los... Eu paro, penso... Não consigo... Eu estou cansada e sinto saudade... Saudade que nunca acaba...


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