Humanidade respeite quem ainda tem sonho!
Houve um tempo em que eu almejava fazer um
mestrado, sem objetivar ter um título, um papel pendurado na parede, sem um
meio para alimentar meu ego, nem um título a ser apresentado, nem uma forma de
obter alguma renda financeira.
Houve um tempo que eu desejei fazer mestrado,
pois sabia que o meio acadêmico era o meio em que eu acreditar ser possível
buscar um resultado diferente, onde se poderia repensar o mundo, a sociedade,
porque era o meu meio para defender a vida animal.
Houve um tempo em que eu acreditei nos meus
ideais e tentei seguir. Nesse mesmo tempo as portas foram fechadas, barradas a
ferro. Motivo: Ninguém pesquisa direito animal, não há linha de pesquisa, não
há orientadores, não há bolsa disponível, nem pessoas interessadas.
Pois bem, aqui estou eu, sem interesse em
qualquer reconhecimento, sem interesse em qualquer sucesso financeiro, sem
esperar mérito ou confetes na cabeça.
Eu só sou alguém tentando fugir dessa grande
bola de neve, sair do giro das mesmas pesquisas que não dizem nada, que não
mudam nada, mas que geram algum estrelismo entre os corredores do mundo
acadêmico.
Eu só sou alguém que se sente comprometida
com a causa animal e que tem, dia a dia, se esforçado para, de qualquer forma,
buscar o devido respeito à vida animal, sem qualquer interesse além desse.
Mas aqui não há espaço para quem quer fazer
diferente, para quem quer mudar de ideia, para quem quer pensar diferente e repensar
e pensar outra vez.
Aqui, você perde a noite de sono, pensando no
que as pessoas disseram sobre trocar de tema se quiser entrar no mestrado ou
trocar de cidade ou de país, ir para um lugar onde já se possa ter outro
pensamento.
No fim, pode ser que eu não entre no
mestrado, porque eu não vou abandonar meus ideais, nem vou deixar de lado o
compromisso que eu assumi com a defesa da vida animal.